Como esquecer o passado se ele insiste em se fazer presente?
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Sem sentimento especifico.
Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. E como fez bem em passar. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Nunca o procurei. Será que devia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas e que deveríamos fazer. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. E fingir que tudo ficou bem. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo. Mas iria gostar de revê-lo, só pra saber o que eu iria sentir.
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